sexta-feira, 23 de setembro de 2011

ABIMAD Inverno 2011. Show!

Com o tema “Design conecta pessoas e negócios” a ABIMAD – Feira Brasileira de Móveis e Acessórios da Alta Decoração – aconteceu em São Paulo, de 27 a 30 de Julho, no Centro de Exposições Imigrantes. Na noite do dia 28 de julho, a ABIMAD Inverno preparou um show exclusivo com Vanessa da Mata. A cantora entrou no palco às 20 horas e cantou especialmente para os visitantes da feira ABIMAD. Foram duas horas de festa e confraternização entre todos os setores que ligam a indústria moveleira e de decoração nacional. No cardápio: coquetel, drinques, champanhe e boa música.




Após o show, Vanessa da Mata recebeu a jornalista da Revista HALL ABIMAD, Caroline Scharlau, para uma entrevista exclusiva em seu camarim. Acompanhe.

Na hora de decorar a sua casa, o que você prioriza?

Conforto aliado com design. Eu gosto muito de anos 50, anos 60, Artdecô, eu misturo um pouco as coisas. Tem a ver também com a questão da sustentabilidade, gosto do móvel que possa se renovar, alguma coisa antiga que de repente eu misturo com o moderno. O que eu curto mesmo são coisas mais antigas, que têm uma madeira incrível que não existe mais, como um móvel de 1950 misturado com outro completamente moderno que não seja de madeira. Além do que é sustentável, também gosto de material exposto na arquitetura da casa, ou com ganchos que possa colocar plantas dentro do próprio concreto e muito vidro. A minha casa é a minha cara, se não for assim eu não consigo morar dentro dela.

Você defende a causa da ecologia e do conceito de sustentabilidade?
 
Defendo super. Sempre defendi, desde criança. Eu tive um pai fazendeiro que desmatava e eu fui completamente contra a essa história, e então ele virou, foi convertido por mim (risos). Hoje, lá onde nasci (Alto Garças, Mato Grosso, uma pequena cidade há 400 quilômetros de Cuiabá) é um lugar que foi completamente desmatado, é uma região desértica em que as onças aparecem na cidade para comer galinha, tem muito bicho por lá. E eu fui uma das primeiras pessoas a defender e a me arriscar em prol da questão do desmatamento. Depois que eu vim para cá (Eixo Rio-SP), esse é um assunto que me deixa sempre arrasada. Eu sempre falo, mas eu não consigo me envolver tanto porque é um assunto me desgasta extremamente. Eu não consigo entender essa autodestruição.

Você acha que o Brasil está despertando para as questões ecológicas?

Eu acho que é uma questão de educação. E isso é muito mais profundo do que só falar para alguém: - “você não pode desmatar”. E ai? Ele vai comer o que? Vai fazer o que? Deve haver uma reação conjunta. O governo entrar com propaganda, com educação e trabalhar com a sustentabilidade, por exemplo, com colares de sementes de árvores que estão desmatando. É uma questão de vontade política. Tem muita gente da alta ganhando dinheiro com isso, muita gente que faz lei e está se beneficiando. É uma questão de consciência, de movimento.

E qual é o papel do artista nesse movimento?

É falar. Não ter medo. Se revoltar. E uma hora, quem sabe, possa existir um movimento que estanque isso de alguma forma.

Em casa, você recicla?

Sim. E ando de bicicleta. Eu acho que isso também tem a ver com a conscientização. Esses dias eu vi uma Bicicleta Fantasma, que é aquele movimento mundial em que pintam uma bicicleta de branco onde alguém foi vítima de algum acidente de bike e penduram ela em um poste próximo ao acidente, como se fosse uma cruz. Estão fazendo isso como uma forma de conscientizar às pessoas. Realmente choca, pois isso é mais que ver uma cruz, nós estamos acostumados com a cruz, mas a bicicleta me deu uma sensação muito maluca. Impressiona.
Fotos: Maíra Allemand

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Grafite: a arte das ruas para dentro de casa

O movimento de grafitar deixa o submundo da contravenção, rompe as barreiras e invade a casa das pessoas como uma arte reconhecida pelo seu valor estético. O Grafite chegou com força às tendências de moda e decoração.

Casa Cor Santa Catarina 2011

A palavra grafite é de origem italiana e significa "escritas feitas com carvão". Os antigos romanos tinham o costume de escrever manifestações de protesto com carvão nas paredes de suas construções, como se fossem mensagens em cartazes. Tratavam-se de palavras proféticas e outras formas de divulgação de leis e acontecimentos públicos. Alguns destes grafites ainda podem ser vistos em sítios arqueológicos espalhados pela Itália.

Isto mostra que não é de hoje que o homem possui a necessidade de contestar e se expressar com os desenhos. Se analisarmos em termos mais genéricos, até mesmo as pinturas rupestres, dos homens das cavernas, podem ser consideradas uma forma pré-histórica de grafite.

No século XX, mais precisamente no final da década de 60, jovens do Bronx, bairro de Nova York (EUA), restabeleceram esta forma de arte usando tintas spray. Para muitos, o grafite surgiu de forma paralela ao hip hop - cultura de periferia, originária dos guetos americanos, que une o RAP (música muito mais falada do que cantada), o "break" (dança robotizada) e o grafite (arte plástica do movimento cultural). Nesse período, academias e escolas de arte começaram a entrar em crise e jovens artistas passaram a se interessar por novas linguagens. Com isso, teve início um movimento que dava crédito às manifestações artísticas fora dos espaços acadêmicos. A rua passou a ser o cenário perfeito para as pessoas manifestarem sua arte.

Dentre os grafiteiros atuantes em NY na década de 70, talvez o mais célebre seja Jean-Michel Basquiat, que despertou a atenção da imprensa sobretudo pelas mensagens poéticas que deixava nas paredes dos prédios abandonados de Manhattan. Posteriormente Basquiat ganhou o rótulo de neo-expressionista e foi reconhecido como um dos mais significativos artistas do final do século XX.


Basquiat
 Na Europa, no início dos anos 80, jovens de Amsterdã, Berlim, Paris e Londres passaram a criar seus próprios ateliês em edifícios e fábricas abandonadas. O objetivo era conseguirem um espaço para criarem livremente. Nesses locais, surgiram novas bandas de música, grupos de artistas plásticos, mímicos, atores, artesãos e grafiteiros.

Destacam-se no Brasil, os irmãos conhecidos como Osgemeos, cujos trabalhos estão presentes em diferentes cidades dos Estados Unidos, Inglaterra, Alemanha, Grécia, Cuba, entre outros países. Os temas vão de retratos de família à crítica social e política, através de um estilo formado tanto pelo hip hop tradicional como pela pichação. Pelo reconhecimento de sua obra, em 22 de maio de 2008 os irmãos executaram a pintura da fachada da Tate Modern, em Londres, juntamente com o grafiteiro brasileiro Nunca.


Osgemeos
Costuma-se estabelecer uma diferença "conceitual" entre o grafite e a pichação. Não há, entretanto, parâmetros objetivos para a distinção entre uma forma e outra. Ambas utilizam basicamente as mesmas técnicas de execução, os mesmos elementos de suporte e podem conter algum grau de transgressão.

Nunca
O grafite, em princípio, é bem mais elaborado e de maior interesse estético, sendo socialmente aceito como forma de expressão artística contemporânea, respeitado e mesmo estimulado pelo Poder Público. Já a pichação é considerada essencialmente transgressiva, predatória, visualmente agressiva, contribuindo para a degradação da paisagem urbana. Enfim, mero vandalismo sem valor artístico ou comunicativo. Costumam ser enquadradas nessa categoria as inscrições repetitivas, simples e de execução rápida, basicamente símbolos ou caracteres de uma só cor, que recobrem os muros das cidades.

A pichação é, por definição, feita em locais proibidos e à noite, em operações rápidas, sendo tratada como ataque ao patrimônio público ou privado, e portanto, o seu autor está sujeito a prisão e multa. O grafite atualmente tende a ser feito em locais permitidos ou mesmo especialmente destinados à sua realização. Em geral, a convivência entre grafiteiros e pichadores é pacífica. Muitos grafiteiros foram pichadores no passado e os pichadores não interferem sobre paredes grafitadas.

O grafite, assim como a tatuagem, invadiu a moda e a decoração. É comum ver roupas, calçados e até bolsas de luxo, como as queridinhas ‘Louis Vuitton’ estampadas por motivos urbanos inspirados em grafite e tatoo. É também bastante comum vermos nas mostras de decoração paredes de ambientes de luxo trabalhadas em grafite. Na decoração, o movimento começa a entrar em cena. A fábrica de almofadas Les Coussins, por exemplo, acaba de planejar uma linha toda inspirada nos desenhos das ruas.

Casa Cor Santa Catarina 2011


terça-feira, 9 de agosto de 2011

Zanini de Zanine: Herança de pai até no nome

Diz o velho ditado que o fruto nunca cai muito longe do pé. Zanini de Zanine é um exemplo de que herança genética é mais do que olhos azuis, cabelos crespos ou fator RH. Ele é a prova viva de que talento pode ser herdado de pai para filho sim. Porém, se não existir competência para exercer esse talento, de nada adianta.


Zanini é formado em desenho industrial e é filho do mestre Zanine Caldas. Em seus produtos traz a marca registrada do uso da madeira, que tanto influenciou a história de seu pai e também do renomado Sérgio Rodrigues, dois de seus mestres.  

Carioca, 32 anos, é a promessa do design nacional para os próximos anos. Badalado pela imprensa especializada por suas idéias inovadoras no mundo do design e por estar seguindo os passos do pai ilustre, ele não perdeu a humildade e o jeito de menino- moleque.

Em seu ateliê, em São Conrado, no Rio de Janeiro, que mais parece um depósito ou uma garagem, ele cria e elabora seus protótipos. No meio da bagunça, como ele mesmo denomina seu espaço, estão poltronas, bancos, mesas e uma infinidade de peças e projetos que ainda estão em fase de teste.

Simpático, independente e cheio de autonomia para fazer o que faz, ele se arriscou no mundo do design, um mundinho fechado baseado em tendências e modas ditadas. Entrou neste círculo com maturidade e com a proposta de inovar e não seguir a correnteza. “Eu sempre falo que o cliente sou eu mesmo, eu não procuro saber o que está sendo mais usado, ou que tipo de linha o mercado está seguindo. É um trabalho muito intuitivo, sem apego a tendência. Um trabalho autoral é o que a gente tenta fazer aqui” explica Zanini.

Versátil e mesmo apaixonado pela madeira, ele não se prende a materiais. Usa concreto, tecido, demolição, material reciclável, resina acrílica e até restos de chapas que a casa da moeda usa para fazer as moedinhas de 10 centavos. E ele quer mais. “Existe uma grande variedade de materiais que eu gostaria de usar e nunca usei.”
Totalmente influenciado pelo pai, ele não faz questão alguma de se desvencilhar da herança intelectual que lhe foi deixada e fala com orgulho e emoção do grande mestre da sua vida. “Não tenho como não falar do meu pai. O meu início foi completamente por conta dele. Eu só percebi que queria trabalhar com isso bem tarde, mas com o tempo fui descobrindo o que queria. Morei minha vida inteira com meu pai, até os meus 20 anos e isso foi determinante na escolha da minha carreira. Ele me levava junto nas viagens por conta dos trabalhos e mesmo criança eu absorvia isso tudo visualmente. Além do mais, eu via ele desenhando, ia para as fábricas junto com ele, para a oficina, etc. Ele era um pai solteiro e levava o filho para tudo quanto é lugar, não tinha babá”, relembra.

Com sorriso no rosto ele vai em frente com as lembranças de infância e recorda dos tempos de menino, quando brincava de designer. “Eu me lembro que iamos para Brasília e ele tinha um estúdio de maquete e eu ficava lá brincando, montando carrinhos, joguinhos de moedas. O tempo passava e eu não me entediava. Hoje vejo que no fundo isso me influenciou muito, por exemplo, quando chega a hora de mexer com a madeira aqui no ateliê, o cheiro e o contato com a madeira dá uma certa nostalgia e isso remete imediatamente a minha infância. Às vezes quando corto uma madeira antiga, de uma peça de demolição, pelo cheiro lembro imediatamente do meu pai. E viajo para algum momento no ateliê dele, onde ele fazia os móveis artesanais. Não tem como eu não falar do meu pai. O fato de eu ter entrado nesta área foi completamente por influência dele.”

Nos dias de hoje, Zanini de Zanine, não é mais aquele garoto que observava admirado o trabalho do pai. Agora, adulto e buscando a maturidade profissional, montou o estúdio Doiz de design, onde, com o sócio Gabriel Gaspar, busca produzir móveis que não sejam somente esteticamente agradáveis ao olhos. “A idéia é elaborar móveis que sintetizem emoções, sentimentos e história de vida.”

Questionado sobre a visão dele sobre si mesmo, o designer não perde a humildade e fala de si com simplicidade. “Sem falsa modéstia, para falar a verdade até hoje eu não me considero um desenhista de móveis. O meu processo criativo é uma grande diversão, uma brincadeira e dentro dessa diversão tem essa profissão que é desenhista de móveis. Acho que agora consegui montar uma estrutura, uma marca e de fato estou levando isso mais a sério. Diferente da época de faculdade em que era tudo muito experimental, se bem que hoje em dia ainda é experimental (risos). Não vejo como profissão, eu tenho prazer em vir pra cá todo dia. Acho que agora eu estou entendendo mesmo o que eu realmente sou e que tenho que me tornar: desenhista de móveis,” finaliza, convicto.

* Matéria publicada na revista HALL edição 24. Entrevista realizada em outubro de 2010, no Rio de Janeiro, pela jornalista Caroline Scharlau.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

A estreita relação entre móveis e TV

Fabricante: Móveis Apolo
Desde que o aparelho de televisão invadiu as residências, tornou-se o atrativo principal da casa. Almoçar, jantar, reunir parentes e amigos a frente da TV virou parte da rotina das famílias que tinham condições financeiras de adquirir o aparelho, caríssimo à época.

Assim, no momento em que o aparelho de TV ficou mais acessível e invadiu definitivamente a casa das pessoas, algo curioso aconteceu: toda a mobília passou a apontar para a queridinha da família. Sofás, poltronas e até a mesa de jantar viraram coadjuvantes.

Todos só tinham olhos para ela: a TV. E batalhavam para tentar assistir a programação do melhor ângulo possível, já que antigamente a imagem era péssima. Surge, então, um novo mercado: móveis para apoiar o chiquérrimo aparelho de televisor, sonho de consumo da classe média. Nessa época, algumas TVs já vinham equipadas com pés, outras, o próprio televisor era um móvel. Existia uma espécie de cômoda em que a TV já vinha acoplada, com portas, gavetas e tudo mais. A partir daí as indústrias de móveis e a de televisores iniciaram uma próspera parceria que perdura até hoje, uma colaborando com a outra.

Depois, quando surgiu a TV portátil, a indústria moveleira identificou uma nova necessidade. Como essas TVs eram grandes e pesadas, e havia ainda o rádio e os toca-discos que faziam parte da composição da sala de estar, faltava um móvel robusto e resistente para agüentar o peso de todos estes eletrodomésticos. Surgiu, assim, a estante que imperou por longos anos. Nela ainda guardavam-se livros e objetos de decoração, como porta retratos e os mais variados enfeites.

Hoje em dia, as TVs são finas, compactas, leves, pretas e ultramodernas. Geralmente são afixadas às paredes ou em painéis. O toca discos já não existe há algum tempo, os aparelhos de CD também não aparecem mais nas salas. O DVD ainda permanece, sempre compacto.

Fabricante: Enele
Os móveis para Home Theater tomaram conta do mercado. Versáteis e superúteis, são planejados para receber a TV de LCD. A tendência atual indica o uso dos Racks, baixinhos e discretos. Eles servem de apoio para a TV de LCD ou, quando a queridinha é instalada na parede, o móvel acaba apoiando filmes, livros, porta-retratos, aparelhos de DVD e TV a cabo.

Como os aparelhos de LDC são finos e leves, podem ser instalados nos mais diversos ambientes, sem ocupar muito espaço. É comum hoje em dia ter uma TV de LCD na cozinha, no quarto, na área de churrasqueira e até mesmo nos banheiros, como podemos ver em diversas mostras de decoração em todo o país.

Fabricante: Formanova Móveis
Desde o início da proliferação das TVs dentro da casa dos brasileiros, até os dias de hoje, muita coisa mudou. Tecnologia, qualidade do sinal de transmissão, imagem digital, etc. Mas há algo que permanece inalterado: o fascínio que a televisão causa nas pessoas. Consciente ou inconscientemente, o ser humano ainda fica encantado com a transmissão de imagens dentro de uma caixa preta. E assim será ainda por longos anos. Os olhos voltados para o futuro, mas fixos na telinha. Plim plim!

Curiosidades:

- A primeira transmissão de televisão no Brasil foi de uma partida de futebol, em 28 de setembro de 1948.

- O Brasil foi o quarto país a possuir uma emissora de televisão, atrás apenas de Estados Unidos, Inglaterra e França.

- Hebe Camargo participou das transmissões já a partir do segundo dia da televisão no Brasil.

- A Rede Record de Televisão, fundada em 1953 na Cidade de São Paulo, é a mais antiga televisão brasileira em existência.

- Em abril de 1965, na Cidade do Rio de Janeiro, foi fundada a Rede Globo de Televisão.

- Em 1954 o Brasil tinha 58 milhões de habitantes e a Associação Brasileira da Indústria eletro-eletrônica calculava a existência de 34 mil aparelhos em uso no país. As agências de propaganda estimavam 6 telespectadores por monitor, ou seja, em torno de 200 mil usuários.

- Em 1972, o Brasil conhecia a tecnologia da televisão em cores que na época também demandou grandes investimentos em infra-estrutura: do Governo, das emissoras de TV e dos telespectadores. O monitor colorido era caro, um desejo de consumo da classe média.

terça-feira, 12 de julho de 2011

Deixe brilhar.

A laca colorida chega com força total às lojas de decoração. As peças coloridas e reluzentes incorporam vida e alegram os espaços, antes, monocromáticos.

Cor, em decoração, sempre é usada com cautela: em excesso pode prejudicar o ambiente e a falta dela pode passar a impressão de frieza e vazio. Saber equilibrar as cores é o segredo do sucesso de um projeto. A tendência atual aponta para o uso de cores vibrantes em móveis e objetos decorativos. Os móveis em laca colorida brilhante, são os queridinhos do momento.

A arquiteta Bya Barros destaca que a tendência do momento é o uso das cores “vermelho, rubi, amarelo, turquesa, preto e branco. Sempre com tinta brilhante, gênero automotivo, laca mesmo!” Bya explica que “os móveis em laca colorida dão vida e provocam os olhares dentro do espaço. A laca é excelente acabamento e contrasta super bem com o estilo clássico. Minha dica é utilizar móveis antigos que, quando laqueados, passar a ser únicos, como peças especiais e verdadeiras jóias no ambiente.”

O acabamento em laca é bastante versátil. Pode ser brilhante, ou fosca, e existe uma infinidade de cores disponíveis no mercado. De acordo com Paulo Sartori, diretor da Essenza Design, fábrica especializada em móveis laqueados: “a cor é a tendência, não uma ou outra, especificamente. Percebo que os arquitetos e decoradores estão soltando a criatividade e brincando de forma mais livre com as cores. Sempre em peças pontuais, nunca no ambiente inteiro.” O empresário ainda explica que “o principal benefício da laca é essa versatilidade proporcionada pela ampla gama de cores disponível no mercado. É algo que só a laca pode proporcionar. Dá pra perceber que o mercado é cíclico, como a moda, e estava na hora de dar essa abertura às cores. Os tons amadeirados são maravilhosos também, mas têm suas limitações.”

Tirar das cores todos os benefícios que elas podem proporcionar não é uma tarefa fácil. Para colorir, tem que saber dosar. As cores podem transmitir boas sensações em um ambiente. A designer de interiores Giselle Nazário, gerente administrativa da Elite Móveis explica que “com as facilidades de hoje as pessoas ficam mais em casa, muitas vezes até trabalham em casa e, ao meu ver, esse é um dos motivos para que tenham vontade de alegrar seus ambientes. As cores têm influência direta no nosso humor e alguns móveis bem escolhidos podem fazer toda a diferença, tanto na estética quanto na harmonia do espaço.”

A respeito do acabamento laqueado, paira sempre uma dúvida no ar: como conservar bem um móvel deste tipo? A preocupação maior é com os móveis que levam laca brilho. Porém, os especialistas tranqüilizam: “esse é o ponto chave quando falamos em laca, principalmente a brilhante. É necessária uma manutenção mais cuidadosa, mas com um bom tratamento não há maiores problemas. Para manutenção orientamos o uso de um pano seco e macio para retirar o pó. Ou, se preferir, um pano umedecido e, em seguida, um pano seco. Para a remoção de riscos superficiais indicamos a massa de polir automotiva nº 03, aplicada com algodão para polimento. Se houver a necessidade de “abrir o brilho” indicamos produtos automotivos, disponíveis no mercado, como o auto-brilho Perfect-it da 3M,” orienta Paulo, da Essenza Design.

Dúvida esclarecida, agora é hora de compor o ambiente. Use e abuse da criatividade. Escolha sua cor na paleta e mãos a obra. E para não errar, siga a dica dos profissionais. Para Giselle, da Elite Móveis: “a melhor maneira é compor o ambiente com cores neutras e utilizar uma ou duas peças coloridas para contrastar e dar vida.” Para Paulo, da Essenza Design: “a cor usada sem excessos traz leveza e alegra o ambiente. Acho que a dica é: não exagere.”

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Angelo Derenze: o comandante do exército Casa Cor

O Grupo Casa Cor comemora 25 anos. Uma história de profissionalização e democratização da decoração no Brasil. O evento mudou a forma de pensar e de viver do brasileiro, levando até as pessoas informação e maior percepção sobre o estilo de vida do mundo contemporâneo. É um case de sucesso, reconhecido internacionalmente como a maior mostra de arquitetura e decoração das Américas, e a segundo maior do mundo, atrás apenas do Salão Internacional do Móvel, que acontece anualmente em Milão.


Hoje, quem comanda o Grupo Casa Cor é o publicitário Angelo Derenze, paulista, casado, pai de dois filhos e um apaixonado pelo trabalho que realiza. Angelo atua há 20 anos como executivo do Grupo Abril com uma trajetória de sucesso pela editora - lançou a revista Elle e o portal Casa.com.

Desde que o Grupo Casa Cor foi incorporado ao Grupo Abril, Angelo é o homem que comanda todo esse exército de pessoas que a cada mostra, pelo Brasil inteiro e exterior, procuram estar à frente e apresentar as últimas tendências do setor.

Convidado pela revista HALL ABIMAD para ser o destaque empresarial da edição 27, Angelo Derenze concedeu entrevista à jornalista Caroline Scharlau de forma inusitada: via telefone, com hora marcada, mas com muita simpatia e prestatividade. Acompanhe.

Fale um pouco do evento deste ano em São Paulo. Como está? Quais os diferenciais em relação aos demais anos?
Está maravilhoso, estamos comemorando 25 anos, é a maturidade do evento. Eu acho que o que tem de diferencial é o tema da tecnologia que os arquitetos interpretaram de uma maneira muito boa, mostrando o que há de recursos para a casa hoje no mundo tecnológico.

Qual a importância do evento Casa Cor para o setor de decoração ao longo desses 25 anos?
A Casa Cor mobilizou o segmento com um todo e principalmente colaborou com o reconhecimento da profissão de arquiteto, decorador e paisagista, que eram profissões não tão reconhecidas. Hoje não existe dúvida em se contratar um profissional da decoração e da arquitetura em todo o Brasil.

Para você que veio do setor editorial, como a Casa Cor contribuiu para o desenvolvimento da imprensa especializada?
A imprensa foi evoluindo junto com o evento, junto com o segmento, com o conteúdo e com as tendências que sempre colocávamos com objetivos profissionais e assim a imprensa foi crescendo também. Acho que a Casa Cor e a imprensa especializada tiveram um crescimento muito semelhante, lado a lado.

Como você se sente sendo o porta-voz da Casa Cor neste momento especial de comemoração?
É um privilégio poder estar à frente dos 25 anos, que é uma data tão importante para a Casa Cor. Poder ser a pessoa que fala por esse principal evento de decoração das Américas hoje é um orgulho pra mim.

A Casa Cor tem grande visitação de estudantes, qual o legado que a Casa Cor deixa pra essa turma?
O legado é mostrar que é possível para todos. Tanto para os famosos que estão no ápice da sua profissão e começaram com Casa Cor, quanto para os jovens que estão chegando, mostrando que, com talento, existe mercado para todos e oportunidades, principalmente no Brasil. E a Casa Cor dá oportunidade para esses talentos novos que estão aparecendo.

Quais os planos para 2012? E para os próximos 25 anos?
2012 é a continuidade. Não temos o tema ainda do ano que vem, revelaremos mais a frente. Mas sempre procuraremos estar apresentando com o que existe de mais atual. Estamos expandindo Casa Cor para outras cidades e países. Posso citar a cidade de Natal que está em fase final de negociação e país, Colômbia. Para os próximos 25 anos, penso que as pessoas vão continuar morando e morando conforme a adaptação do seu tempo e a Casa Cor pretende estar sempre um passo a frente. Esse é o nosso objetivo.

Como você vê o desenvolvimento do design de interiores no Brasil em comparação ao que se vê lá fora, como as grandes feiras, por exemplo?
Eu acho que estamos evoluindo, mas ainda precisamos evoluir muito mais. Ainda não está muito claro o design brasileiro na minha avaliação. A gente tem alguns focos em relação a isso, mas eu acho que ainda falta um pouco a consolidação de um design extremamente brasileiro. Estamos caminhando, mas ainda falta muito, falta uma identidade e uma coisa da marca Brasil que ainda não encontramos.

Especificamente sobre a indústria de móveis e decoração, como você enxerga a produção nacional?
Eu acho que a indústria está evoluindo rapidamente, a indústria que mais se sobressai pra nós é a industria de planejados, temos 5 ou 6 marcas que em nada ficam devendo para um produto alemão ou italiano e com design de ponta.

PERFIL


Nome completo: Angelo Tadeu Derenze

Idade: 47 anos

Família: Casado, pai de dois filhos. Um menino de 19 anos e uma menina de 18.

Formação: Publicitário e Publisher

Um sonho: Fazer algo maior pela profissão do decorador e do arquiteto no Brasil, no campo político.

Momento de maior satisfação em sua vida: O nascimento dos meus filhos

Hobbies: Tênis e Futebol

Melhor viagem: Toscana

Defina luxo: Tempo

Citação favorita: Seja Feliz.


*Esta entrevista será publicada na revista HALL ABIMAD Ed 27.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Bya Barros: vivendo ao vivo e a cores.

Basta ela sentar e começar a conversar que você já percebe o tipo de pessoa com que está lidando. Animada, falante, de bem com a vida, com uma energia revigorante e força no que diz. E mesmo com 30 anos de profissão, renova o que faz a cada dia. A arquiteta Bya Barros, sabe muito bem o que quer e aonde vai. Ela consegue levar vários projetos ao mesmo tempo. Engajada, ousada, corajosa - para ela não há tempo ruim e nem limites para criar. Bya Barros conversou com a jornalista Caroline Scharlau, no Octavio Café da Rua Faria Lima, em São Paulo, em um almoço animado e cheio de ideias.


O gosto artístico apurado veio do convívio familiar, desde pequena respira arte, cultura, design. “Essa veia artística vem da família que é ligada as artes, minha mãe dava aulas de desenho pedagógico e fundou a faculdade de artes plásticas da PUC de Campinas onde trabalhou dez anos. Meu pai fez o projeto de engenharia da primeira unidade móvel que hoje tem em todo o Brasil, o ônibus escola. A minha única irmã é doutora em Artes pela USP, trabalhou na PUC de Campinas por 30 anos e hoje faz parte do projeto de pesquisa de moda da USP. Eu cursei a faculdade de Arquitetura e Urbanismo e também de Artes Plásticas da PUC Campinas. Nasci em uma família de artistas de sangue. É DNA.”



Bya Barros respirou design desde cedo. O seu interesse fez com que ela seguisse o caminho da arquitetura e decoração, porém, ela enxerga o mundo do design em esferas bem maiores. “Hoje móvel e decoração andam juntos e os dois englobam a arte como um todo. E é divertido isso, eu tenho uma loja de roupas dentro do Hotel Casagrande, no Guarujá, estilo Saint Tropez. E é engraçado que fui fazer isso para me divertir e o negócio decolou, tenho essa loja há 6 anos, e agora o meu novo projeto é loja de móveis Bya Barros Express, que fica na Alameda Itú, em São Paulo. É um sonho de 30 anos que agora estou realizando. É uma loja de cinco andares, uma pronta entrega de bom gosto e decoração.”


Com mil projetos na cabeça, Bya Barros não pára. Embora hoje esteja focada nos detalhes da loja, seus projetos de decoração continuam caminhando. Paralelamente, ela ainda arruma tempo para compor cenários de televisão, desenhar uma coleção de móveis, fazer aulas de dança e participar dos diversos programas sociais que é convidada, pois é uma das arquitetas mais badaladas de São Paulo.


“Plugada”, como ela mesma diz ser, Bya acompanha o movimento do design pelo mundo e não se conforma com a falta de criatividade que encontra em mostras e eventos que participa. Questionada sobre o desenvolvimento da indústria moveleira nacional, Bya é taxativa e logo dá a dica: “Não. A indústria moveleira precisa ser mais ousada, está tudo muito igual. Você não sabe quem é quem. Os arquitetos e decoradores em todos os eventos que você participa são idênticos. Você entra em uma mostra e você não lembra quem fez o que.” adverte a arquiteta.


Contrária a conceitos de tendências, Bya Barros acredita que apostar na individualidade e no aconchego é o que existe de mais atual. “Você tem que entrar em casa e ela ser aconchegante. Muitas pessoas compram uma casa e não querem estar dentro dela e assim até os relacionamentos ficam abalados porque a decoração é tão sem graça que as pessoas não tem vontade de chegar em casa. A tendência é ser feliz. Mas o que é tendência realmente hoje é a personalização. Antigamente, nossos pais quando podiam contratavam arquitetos e se desenhava a mesa de centro, por exemplo, as pessoas tinham os lavabos de suas casam com desenho exclusivo, etc. E isso as pessoas pararam de fazer. Nós temos que nos preservar quanto a individualidade e a personalização. A escolha do produto vai ser sempre o diferencial para que a gente possa realmente ter uma casa única.”


Seguindo a idéia de que a criatividade brasileira pode ir além do que é considerado tendência e do que se apresentam nas feiras internacionais, Bya acredita que apostar na sustentabilidade é uma boa saída. “Sustentabilidade é luxo também. Em 2009, meu ambiente da Casacor fiz um tapete com fios de um tapete antigo e virou um tapete “super luxo”. Fiz um patchwork de camisetas de malha velhas em um Puff e foi um sucesso. Isso não é fazer média, eu acho que tem que ter essa consciência na vida de cada um. O brasileiro ainda está muito longe disso. A sustentabilidade fala muito em economia e as pessoas remetem a coisas feias, não é bem assim.”


Para a arrojada arquiteta, não há limites no processo criativo. Por isso ela se envolve em tantos projetos diferentes. “Modéstia a parte, sou um “banco” de idéias constantemente fervilhando e tenho facilidade de captar o que o cliente deseja. É feeling! E trinta anos de experiência fazem a diferença.Um bom arquiteto tem que ter a sorte de ser chamado por clientes que queiram casas personalizadas e não padrões “casa-loja”. Muitas vezes me contratam e não me deixam trabalhar. (risos).”


Bya Barros de simples não tem nada. No seu trabalho está estampado seu modo se ser e de viver a vida. A cores, bem do jeito que ela gosta. “Tenho alegria de viver, isso é genético, prezo muito por isso e trabalho meu corpo e minha mente. Eu vivo a vida ao vivo e a cores, não sei viver em preto e branco,” finaliza, sorrindo.